A Prefeitura do Rio de Janeiro lançará uma campanha para incentivar os cariocas a oferecer hospedagem aos participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, diante da falta de hotéis para atender toda a demanda.
A falta de infraestrutura suficiente para abrigar as 50 mil pessoas esperadas para o evento obrigou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a estudar os detalhes desse plano alternativo.
"No Carnaval se hospeda muito mais gente no Rio. A grande maioria em casas e apartamentos alugados. Mas, como agora é uma conferência internacional, a demanda vai para os hotéis, os quartos cinco estrelas", afirmou ao jornal "O Globo" o economista Sérgio Besserman, presidente do grupo de trabalho da Prefeitura para a Rio+20.
A baixa oferta hoteleira da cidade também foi citada quando o Rio foi escolhido para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, mas para esses eventos foram assumidos compromissos de construir novos hotéis e oferecer alojamento em dezenas de cruzeiros turísticos.
Faltando apenas três meses para o início da Rio+20 já estão reservados praticamente todos os hotéis do Rio e de cidades vizinhas como Petrópolis e Mangaratiba.
O comitê organizador da conferência inclusive reservou hotéis em cidades um pouco mais distantes, como Angra dos Reis, a 157 quilômetros, para garantir o alojamento dos 80 chefes de Estado e 120 delegações que já confirmaram presença na cúpula da ONU entre os dias 20 e 22 de junho.
No entanto, a demanda pode aumentar ainda mais já que representantes dos 193 países-membros das Nações Unidas foram convidados.
A previsão é que parte das delegações tenha que ser enviada a cidades com maior capacidade hoteleira um pouco mais distantes, como os balneários de Cabo Fio e Búzios.
"Niterói e Petrópolis, por exemplo, são opções a menos de duas horas do Rio. Búzios e Cabo Frio têm mais de 12 mil vagas que podem ser usadas durante a conferência", declarou o secretário estadual de Turismo, Ronald Ázaro.
Além das delegações oficiais, o Rio terá que abrigar entre os dias 15 e 23 de junho os milhares de participantes da Cúpula dos Povos, uma reunião paralela ao encontro oficial organizado pela sociedade civil.
Os 50 mil participantes do encontro oficial e dos paralelos superam significativamente a capacidade hoteleira da cidade, que é de 33 mil quartos incluindo pousadas, albergues e motéis.
Porém nem todos os quartos estarão disponíveis para a segunda quinzena de junho, já que o Rio de Janeiro também receberá outros eventos internacionais.
As autoridades já conseguiram acordos para adiar um congresso de enfermaria dos Estados Unidos, que reuniria mil pessoas na mesma data, e para transferir para Foz do Iguaçu o Congresso Internacional de Odontologia, que atrairia outras três mil pessoas.
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